segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Crédito imobiliário cresce menos pela 1ª vez em 2011

O crédito para construção e aquisição de imóveis continua em elevação no País, mas registrou uma leve desaceleração em setembro, quando foram emprestados R$ 184,675 bilhões. O valor é 2,24% maior que os R$ 180,627 bilhões contabilizados no mês anterior. Entretanto, foi a menor variação mensal registrada no ano, segundo dados do Banco Central (BC). Entre janeiro e agosto, as elevações mensais oscilaram entre 2,7% e 3,8%.

Na avaliação dos especialistas, ainda é cedo para apontar uma tendência de desaceleração no mercado de crédito imobiliário e fatores que contribuíram para o crescimento em menor escala. O coordenador do curso de pós-graduação em negócios imobiliários da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), Ricardo Gonçalves, esclarece que a variação pode ser pontual. “O ideal é esperar um pouco, entre dois e três meses, para saber como o crédito vai se comportar.”
Para o professor de finanças da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), Samy Dana, a situação pode estar relacionada ao recuo das vendas de imóveis, além do cenário de incertezas na Europa. “Os bancos captam recursos de longo prazo no exterior e a dificuldade na Europa pode afetar o crédito aqui.”
Em relação às vendas, a Região Metropolitana de São Paulo acumula 33.804 unidades novas vendidas nos oito primeiros meses do ano, um número 19% abaixo das 41.722 unidades vendidas no mesmo período do ano passado.
Já o economista-chefe do Sindicato da Habitação (Secovi-SP) Celso Petrucci não vê tendência de redução pelo menos nos próximos meses. Segundo Petrucci, a greve dos bancos, que começou dia 27 de setembro, pode ter impactado o mercado e o registro de crédito abaixo do esperado.
Quem tem planos de adquirir um imóvel precisa pesquisar tanto as condições do crédito quanto o valor que vai pagar pelo imóvel. As taxas de juros variam de acordo com o tipo de contratação, preço da unidade e perfil do cliente. “É importante verificar se o valor a ser pago não é maior do que ele realmente vale”, destaca Dana.
Imóveis mais caros – Gonçalves afirma que o preço do metro quadrado dos imóveis não é condizente com a realidade em alguns lugares de São Paulo. Isso ocorre porque existe uma expectativa muito grande de preços por parte das incorporadoras e construtoras dos imóveis novos, que também acaba refletindo no mercado de usados.
Só em São Paulo, o preço médio dos imóveis anunciados já subiu 20,9% de janeiro a setembro, conforme o índice FipeZap.
Na opinião de Gonçalves, em dois ou três anos os preços tendem a se enquadrar mais à realidade. “Quem pensa em comprar agora precisa pesquisar muito e talvez até escolher um outro bairro diferente do que desejava com preços mais competitivos”, afirma o coordenador da Faap.
O professor da FGV ainda lembra que o consumidor não pode esquecer dos custos extras além do valor do imóvel, como pagamento do Imposto sobre Transmissão de Bens e Imóveis (ITBI), taxa de registro do contrato no Cartório de Registro de Imóveis e taxa de avaliação do imóvel, por exemplo. Em alguns casos, o imóvel usado pode precisar de reforma ou o apartamento novo de piso e outros materiais de acabamento.

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